O sonho de uma ex- atleta de futebol virou realidade nesta edição da Copa Coca-Cola de 2011. Priscila Pereira era só uma jovem recém-formada em educação física, procurando uma oportunidade trabalho, quando uma amiga que trabalhava no clube do Vasco da Gama no Rio saiu do emprego e a indicou para a vaga. “Sou vascaína e sempre tive vontade de trabalhar nesse clube. Já tinha levado meu material lá e um tempo depois surgiu essa oportunidade. Na época eu não pensava em quanto eu iria receber de salário e sim na satisfação de poder treinar jovens atletas”, lembra Priscila Pereira, técnica do time de futebol feminino do Luzitania, do Rio.
Segundo a treinadora, no início, o trabalho era voluntário. “Quando comecei a dar aulas para elas, procurava fazer uma entrevista sobre o nível social e aí percebi que não dava para cobrar nenhum valor delas, porque elas não tinham condições financeiras. Então passei a ser voluntária e a treiná-las de graça”, diz Priscila. Ela lembra também que o começo foi difícil. “Investi em divulgação. Na época, em janeiro de 2009, a ferramenta foi o Orkut e sites relacionados à modalidade. E foi crescendo assustadoramente, principalmente com a Marta na mídia, como melhor jogadora do mundo. Nossa procura de meninas pela modalidade aumentou muito”, conta a técnica.
O Luzitania nasceu devido a este grande número de meninas, que começaram a procurar pelo clube para participar dos treinos. Hoje são aproximadamente 200 meninas treinadas para a prática de futebol feminino. O trabalho com as jovens atletas é feito em uma garagem improvisada, em um campo de terra cheio de buracos. “Somente dois dias por semana conseguimos um campo gramadinho para treinar, mas é o que temos por enquanto”, diz Priscila.
Para a técnica do time, participar da Copa Coca-Cola foi muito gratificante e surpreendente. “Para ser sincera, ninguém esperava ter esse resultado, ficar entre os três melhores times do Brasil, foi muito para nós. Esse time não era nem para ter participado dos jogos. Essa equipe só foi escalada para participar porque o outro time de nível mais elevado estava competindo pelo campeonato carioca”, lembra a técnica. “Parabéns a este evento, não temos nenhum organizado para essa faixa etária e isso só nos dá esperança e vontade ainda mais de crescer e tornar essas meninas grandes atletas”, acrescenta.
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