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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Site da FIFA dá destaque para a craque vascaína Byanca Beatriz


O Brasil era mais presente no ataque e criava boas chances contra o México na última quarta-feira, mas falhava nas finalizações e não conseguia tirar do placar o incômodo 0 a 0 – um desagradável lembrete de como a situação poderia se complicar no Grupo C, depois da derrota para o Japão na estreia. Mas o técnico Edvaldo Erlacher sabia que tinha no banco uma solução e, aos 24 minutos do segundo tempo, chamou Byanca. Em vez de instruções táticas, deu uma sugestão: "Pegue a bola, dê uma lambreta e se solte". Foi exatamente o que fez a camisa 9, que encantou a torcida no Estádio 8 Km com um drible típico do futebol-arte brasileiro e, seis minutos depois, marcou o gol da vitória.

Erlacher imaginava que aplicar uma lambreta em uma defensora seria a chave para Byanca relaxar e mostrar o futebol que não conseguiu levar a campo contra as nipônicas. Especialidade da atacante, a jogada foi lapidada ao lado do pai, ironicamente "driblado" por Byanca: aos nove anos, a menina anunciou que queria trocar o atletismo, esporte que ele adotara na juventude, pelo futebol - após ver Marta jogando. No quintal de três metros quadrados da casa da família em Campo Grande, zona oeste do Rio, uma escada de ferro simulava a marcadora e Byanca era instruída a fazer com que a bola passasse cada vez mais alto, degrau por degrau. Quando encobriu a escada, estava pronta para aplicar o drible nas marcadoras.

"Ele assistiu ao jogo e depois chorou muito comigo ao telefone, lembrando de quando estava me ensinando. Disse que a lambreta foi linda, falou para eu continuar jogando com aquele sorriso na cara e partir para cima delas, para eu jogar com alegria e para o time", contou Byanca ao FIFA.com, relembrando o lance. "Foi um recurso que eu vi no momento. Por baixo, a bola não ia passar. Dali em diante comecei a me soltar e o time também".

Embora Marta tenha despertado o interesse de Byanca para o futebol, a inspiração para os dribles desconcertantes que vem aplicando desde os primeiros passos na escolinha do Vasco da Gama veio das quadras. Foi reproduzindo as jogadas de Falcão, ícone do futsal, que a jovem atacante desenvolveu sua habilidade.

"Eu queria jogar futebol, mas não sabia fazer nada com a bola. Comecei a assistir a vídeos do Falcão e depois ia com meu pai para o quintal repetir os dribles", diz a atacante, que, apesar de todo o treinamento, foi rejeitada em seu primeiro teste no Vasco. "Voltei para casa chorando, mas meu pai disse que não íamos desistir. Duas semanas depois, consegui outra chance e passei".

Reserva e premonição da capitã


Depois da derrota na estreia no Azerbaijão 2012, Byanca precisou mostrar perserverança. Surpreendida ao ser sacada do time titular, não se abateu e encontrou pontos positivos na reserva: do banco, fez uma leitura melhor do duelo com o México e entrou pronta para resolver o jogo.

"Tudo começou no vestiário, quando a Andressinha chorou ao dizer que estava esperando esse torneio há dois anos, que não queria deixar passar essa nova chance depois de 2010. Me disse que eu ia entrar e fazer um gol. Isso mexeu comigo e me deu ainda mais vontade de jogar", lembra. "Observei como as zagueiras se posicionavam e o Edvaldo disse que era só girar e chutar para o gol".

Byanca não quer todos os louros da vitória, mas seu drible e o gol salvador podem ter colocado o Brasil nos trilhos no Azerbaijão 2012. "No fim da partida contra o México conseguimos jogar o futebol brasileiro, para cima, ousado. Acordamos no campeonato. O Brasil está no páreo", assegura, visualizando uma revanche contra o Japão. "Admiro muito as japonesas, sobretudo pela atitude fora do campo. Nos encontramos depois do jogo no hotel e elas ficaram em silêncio, nos respeitaram. Mas se as enfrentarmos de novo, vamos partir para cima e vai ser outro jogo. São elas que podem rivalizar conosco na briga pelo título".

FONTE: SITE OFICIAL DA FIFA

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