domingo, 24 de julho de 2011

Com 18 atletas do Vasco, Seleção Feminina conquista o ouro nos 5º Jogos Mundiais Militares

A seleção brasileira de futebol feminino conquistou a medalha de ouro nos Jogos Mundiais Militares neste domingo, ao derrotar a Alemanha por 5 a 0, em São Januário, na decisão do torneio. A equipe verde-amarela fechou a competição invicta em quatro jogos, com 24 gols, 11 deles marcados pela artilheira Kátia Cilene. Contra as alemãs, a camisa 9 deixou mais dois para garantir o título brasileiro. Dani Batista, que esteve na Copa do Mundo da Alemanha no início do mês, fez mais dois gols e Bárbara também marcou. 


Preocupada com o ataque brasileiro, a Alemanha entrou em campo com a proposta de se defender. Durante os 10 minutos iniciais, o time europeu se manteve todo em seu campo, sem dar muitos espaços para o ataque do Brasil, que dominava a posse de bola. Aos 13 minutos, a primeira chance clara da seleção surgiu nos pés de Maycon, que chutou por cima. Dois minutos depois, foi a vez de Kátia Cilene acertar o travessão ao completar cruzamento de Michele. Aos 20 minutos, as brasileiras sofreram o primeiro susto, quando Vanessa Skrodde recebeu sozinha pela esquerda e cruzou rasteiro. A bola passou na frente do gol e ninguém completou. Bastou para acordar o Brasil: aos 23 minutos, Kátia Cilene recebeu lançamento na direita, driblou a zagueira e chutou no canto esquerdo, anotando seu 10º gol na competição. Na comemoração, a centroavante perfilou as companheiras, que bateram continência e arrancaram aplausos da plateia. Um minuto depois, a artilheira deixou sua marca novamente, desta vez cabeçando cruzamento de Dany Barbosa. Aos 30, a seleção quase ampliou com um chute cruzado de Maycon, que passou raspando na trave direita. Depois disso, o ritmo do jogo pareceu diminuir junto com a chuva fina que começou a cair no estádio, que inclusive afastou a pequena torcida alemã nas arquibancadas - a seleção masculina do país e a equipe feminina dos EUA estavam presentes para apoiar o time de vermelho e se transferiu para as cadeiras cobertas. O Brasil seguiu dominando o jogo no segundo tempo. Com 13 minutos, Cida quase fez de cabeça. Um minuto depois, Bárbara driblou a goleira e tocou para o gol, mas a zagueira Nina Mittrop evitou o gol. Aos 25 minutos, a arqueira Barbara Legrand evitou o que seria o terceiro gol de Kátia Cilene. A seleção brasileira marcou pela terceira vez aos 27, quando Dani Batista foi derrubada na grande área. Pênalti que a própria atacante vascaína cobrou com maestria, no canto direito. Aos 31, a lateral Michele quase deixou o seu, mas Legrand pegou. Ainda houve tempo para Bárbara deixar o seu, completando cruxamento de Maycon aos 42. Fatura liquidada e os gritos de "É campeão!" começaram a soar na arquibancada. Dani Batista encerrou o jogo com um gol em contra-ataque, driblando a goleira e tocando pro gol vazio. - O time delas estava bem compactado no começo, mas conseguimos fazer um bom trabalho, botar a bola no chão e lançar na hora certa para a Kátia Cilene fazer os gols - disse Batista Na decisão de terceiro lugar, a Holanda derrotou a França por 2 a 0 e ficou com a medalha de bronze.
                                    Kátia Cilene comemora gol do Brasil contra a Alemanha nos Jogos Militares
                            Kátia Cilene comemora gol do Brasil contra a Alemanha nos Jogos Militares



Fonte: GloboEsporte.com

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Katia Cilene, da Seleção Militar, já correu e jogou futebol pelo Vasco

Ela nasceu em Padre Miguel, na Zona Oeste do Rio, já se fingiu de menino para jogar bola, quase apanhou na rua por causa disso, e enfrentou a resistência da mãe e dos sete irmãos (ainda tem uma irmã) quando resolveu trocar o atletismo pelo futebol. Aos 34 anos, a jogadora Katia Cilene é um belo exemplo de caso bem sucedido no combalido futebol feminino brasileiro, que tem em Marta, eleita cinco vezes a melhor do mundo, seu cartão de visitas. 


Autora de dois gols na vitória da seleção feminina militar sobre a França por 4 a 1, sábado, e um dos pontos de referência da equipe, que enfrenta nesta quarta-feira o Canadá, às 10h, na Escola de Educação Física do Exército, na Urca, pela segunda rodada dos Jogos Mundiais Militares, a marinheira Katia abre um sorrisão e diz que só tem a agradecer ao futebol. Em plena forma e de bem com a vida, ela é, pela segunda temporada seguida, atacante titular do Paris Saint-Germain, após ter jogado no Lyon, também da França, no San Jose CyberRays, dos Estados Unidos, e no Estudiantes e no Levante, ambos da Espanha. Nas suas andanças pelo mundo, que começaram em 2001, quando foi jogar a liga americana, conquistou definitivamente aindependência financeira, expandiu os horizontes, conheceu países que nem imaginava e se tornou poliglota. Hoje, fala inglês, espanhol, francês e italiano, e concilia o esporte com a faculdade de marketing esportivo: — Eu aproveitei e aproveito tudo que o futebol me deu, consegui explorar as chances ao máximo. Sempre soube que não poderia desperdiçar as oportunidades. Posso dizer que vivo bem, consegui ajudar a minha família. Minha mãe tem casa própria, lá em Padre Miguel. No seu aniversário do ano passado, eu a levei para conhecer Paris. Ela ficou muito feliz, contou para todo mundo. Sei que é muito orgulhosa de mim. 

Adeus à seleção principal em 2007.

Katia começou a jogar futebol aos 16 anos, por diversão. Até então, era no atletismo que apostava todas as suas fichas de um futuro melhor. Primeiro no Vasco, depois na Mangueira, competiu nos 110 metros com barreira e no heptatlo, modalidade pela qual se tornou campeã pan-americana em 1995, na Venezuela. — Eu conheço a Katia desde os 9, 10 anos. Nós começamos juntos no atletismo. Lembro que, quando cheguei ao Vasco para fazer um teste, os técnicos, Solange e Perón, disseram que eu só entraria para equipe se a vencesse. Eu olhei aquela negrona e pensei: “Ai, meu Deus, e agora?”. Mas corri e acabei chegando antes dela — lembra o tenente Daniel Gonçalves, técnico da seleção feminina. — Ela é como uma irmã. A gente se entende só de olhar. Embora promissora no atletismo, era no futebol que fazia mais sucesso. Nas peladas dos meninos do bairro, Katia era sempre escolhida, para desespero dos irmãos, que acabavam sobrando na divisão dos times. Das lembranças desse tempo, uma é imbatível. — Todo mundo que cresceu comigo em Padre Miguel lembra. Ia ter um campeonato no bairro e os meninos, que sabiam como eu jogava, ficaram insistindo para eu entrar. Eu, então, resolvi prender todo o cabelo para trás, coloquei uma atadura nos seios e fui para o campo. Quando eles entravam no vestiário, eu ficava sentada do lado de fora. Até que o técnico de um outro time começou a desconfiar. Eu consegui fingir um pouco, mas não teve jeito. Ele descobriu, começou uma briga, eu saí correndo, os outros meninos querendo me bater... E aí, quando cheguei em casa e disse para minha mãe, quase apanhei de verdade — conta, às gargalhadas. Bom-humor à parte, o preconceito sempre existiu. Ninguém na família aceitava e sua mãe não entendia por que iria começar a fazer outra coisa, e logo “um esporte de homem”, se estava tão bem no atletismo. Mas os resultados vieram. Em 1994, Katia começou a jogar no Vasco. No ano seguinte, já estava na seleção brasileira, pela qual atuou por 12 anos. Neste período, foi quarta colocada nas Olimpíadas de Atlanta-1996 e de Sydney-2000, eleita a melhor jogadora da liga americana em 2002 e artilheira do Brasil no Mundial dos Estados Unidos, em 2003, com quatro gols. Nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, acabou cortada por causa de uma lesão no joelho direito. O desligamento da equipe veio em 2007, segundo ela, sem traumas. — Não foi uma saída brusca. Foi uma renovação natural. Eu já tinha tido meu ciclo na seleção, que foi muito grande, e que me abriu muitas portas — afirma a jogadora, antes de comentar a eliminação do Brasil pelos Estados Unidos nas quartas de final do Mundial deste ano, na Alemanha. — Eu queria muito que a seleção chegasse longe. Mas, agora, é começar de novo. O difícil é que não tem como comparar. Você vai à Alemanha, aos Estados Unidos, é uma estrutura incrível. Aos 5 anos, uma menina americana já está de chuteira, caneleira, jogando futebol, com os pais à beira do campo. O que acontece aqui com os meninos é natural lá com as meninas. Na França, Katia também não tem do que se queixar. O campeonato feminino lota os estádios, elas usam o moderno centro de treinamento do PSG, o mesmo do time masculino, e o clube paga moradia e carro para as jogadoras. Algumas chegam a ganhar até R$ 45 mil por mês, uma quantia impensável para os padrões nacionais. Por enquanto, completamente adaptada a Paris, ela não pensa em aposentadoria e não imagina o que ainda lhe reserva o futuro. Melhor assim: — Sempre que planejei alguma coisa, acabou acontecendo outra. Agora, eu vou vivendo. Não programo mais nada. 



Fonte: Extra Online

terça-feira, 5 de julho de 2011

Steffi Jones: decepção com as condições no Brasil


Steffi Jones: decepção com as condições no Brasil
Na Alemanha, o futebol é atualmente o esporte em equipe preferido entre as garotas. Elas podem praticar tanto em clubes tradicionais, como em agremiações especializadas em futebol feminino. Prova disso é que cerca de 30% das quase um milhão de jogadoras registradas no país têm menos que 16 anos. Há também escolas onde o futebol feminino é oferecido como atividade esportiva.
Condições bastante diferentes foram a encontradas no Brasil pela presidente do comitê organizador da Copa na Alemanha, Steffi Jones. Em viagem ao país em março deste ano para promover a Copa do Mundo de 2011, a ex-jogadora da seleção feminina alemã não poupou críticas à falta de incentivo à modalidade entre os brasileiros. “Acho que a situação aqui ainda é bastante desoladora e ainda há muita coisa por fazer”, opinou, depois de visitar o Vasco da Gama, no Rio, um dos clubes locais que investem em futebol feminino.
“Meninas e mulheres jogam aqui em todo lugar, na rua ou na praia. E são boas jogadoras. Só não consigo entender como as pessoas podem pensar tanto nos homens, sem dar a menor chance às mulheres”, reclamou Jones, citada por uma rádio alemã.
Amadorismo ainda prevalece
Da mesma forma como no Brasil, muito poucas alemãs conseguem ganhar dinheiro com a bola. O profissionalismo no futebol feminino continua sendo uma exceção, mesmo na Alemanha, onde a grande maioria das jogadoras joga bola pelo amor ao esporte, mas ganhando dinheiro em empregos paralelos.
No país, o futebol feminino também ainda está muito longe de ser um fenômeno de massa e goza de uma popularidade limitada, se comparado ao correspondente masculino. Como no Brasil, poucos alemães conseguem citar espontaneamente o nome de uma jogadora da seleção do país. Quando muito, se recordam do nome da estrela principal do time: Birgit Prinz.
Um interesse tímido que pode ser medido nos estádios. Enquanto a média de público nos jogos da Primeira Divisão do Campeonato Alemão, a Bundesliga, é de 40 mil pessoas por partida, no caso das mulheres, esta cota é de cerca de mil espectadores por jogo.
“O futebol feminino tem filosofia, característica e dimensão próprias, tem outro tipo de torcedor”, avalia Bernd Schröder, técnico do Turbine Potsdam, um dos clubes de maior sucesso na modalidade, duas vezes campeão europeu e cinco vezes campeão alemão. “O público é composto basicamente por familiares e pessoas que querem ver a estética mais leve da bola jogada pelas mulheres”, acrescenta.

Americanas participam de clínicas com jogadoras do Vasco

Ex-jogadoras da seleção de futebol feminino dos EUA, Linda Hamilton e Tiffany Roberts Sahaydak visitarão o Rio de Janeiro, Duque de Caxias e Belo Horizonte entre o dia de hoje o próximo dia 1, como parte do programa Sports United, do Departamento de Estado dos EUA. As atletas farão clínicas de futebol feminino, visitarão clubes, ONGs e programas sociais e educacionais nas três cidades. Elas falarão sobre a importância do esporte como ferramenta para o aprendizado de valores importantes como respeito à diversidade, inclusão social, trabalho em equipe, disciplina e autoconfiança. 
O futebol feminino é um dos esportes mais praticados por jovens e crianças nos EUA. Uma das razões de sua enorme popularidade é a legislação norte-americana conhecida como Title IX, de 1972, que garante, entre outras coisas, igualdade de direitos e oportunidades entre meninos e meninas na educação esportiva no sistema público de ensino. Linda Hamilton atua hoje como Técnica-Chefe do Lady Osprey's, o time de futebol feminino da University of North Florida. Ela foi uma das jogadoras pioneiras da Seleção de Futebol Feminino dos EUA, tendo representado seu país entre os anos de 1987 e 1995. Como zagueira, jogou um total de setenta e uma partidas pelos EUA, tendo participado de todos os jogos da Copa Mundial de Futebol Feminino da FIFA nos anos de 1991, vencida pelos EUA (China) e 1995 (Suécia).
 Foi por quatro vezes escolhida pelo All-American, time honorário dos EUA composto pelos melhores jogadores de times universitários numa determinada temporada, e também por quatro vezes selecionada envtre os dez melhores atletas do ano pela All-Atlantic Coast Conference (ACC). Tiffany Roberts Sahaydak é Co-Técnica-Chefe do time de futebol feminino da Virginia Commonwealth University. Ela foi jogadora da Seleção de Futebol Feminino dos EUA, entre 1994 e 2004, tendo conquistado a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996. Ingressou no time titular da Seleção aos dezesseis anos de idade, tendo participado da Copa Mundial de Futebol Feminino da FIFA em 1995, 1999 e 2003, e fez parte do time que venceu o Campeonato da Confederação das Associações de Futebol da América do Norte, América Central e Caribe (CONCACAF) de 1994, e os Jogos da Amizade de 1998. Como meio-campo, disputou cento e dez jogos pela Seleção e detém a vigésima-terceira colocação na lista dos jogadores que mais representaram os EUA. Atualmente, Tiffany Roberts Sahaydak integra os conselhos consultores da Goals for Girls e love.futbol, e é membro do U.S. Soccer Athletes Council. No Rio de Janeiro, Linda Hamilton e Tiffany Roberts Sahaydak participarão de clínicas com atletas do futebol feminino do Vasco da Gama e do CEPE/Duque de Caxias além de jovens dos programas Vencedoras, Bola pra Frente, e Team Chicago. Elas também conduzirão de uma clínica com participantes de um projeto social na Cidade de Deus. Em Belo Horizonte, participarão de clínicas no Clube Atlético Mineiro e no projeto Menina Também Joga Bem, em parceria com o Santa Cruz Futebol Clube. Alunos do programa educacional Access, uma parceria da Embaixada dos EUA e do ICBEU que oferece bolsas de estudo de inglês para alunos da rede pública, também participarão da atividade no Santa Cruz. A clínica de Futebol Feminino com Linda Hamilton e Tiffany Roberts Sahaydak na sede do o Vasco está ocorrendo nesta segunda-feira, das 15h às 16h45, em São Januário.