terça-feira, 5 de julho de 2011

Steffi Jones: decepção com as condições no Brasil


Steffi Jones: decepção com as condições no Brasil
Na Alemanha, o futebol é atualmente o esporte em equipe preferido entre as garotas. Elas podem praticar tanto em clubes tradicionais, como em agremiações especializadas em futebol feminino. Prova disso é que cerca de 30% das quase um milhão de jogadoras registradas no país têm menos que 16 anos. Há também escolas onde o futebol feminino é oferecido como atividade esportiva.
Condições bastante diferentes foram a encontradas no Brasil pela presidente do comitê organizador da Copa na Alemanha, Steffi Jones. Em viagem ao país em março deste ano para promover a Copa do Mundo de 2011, a ex-jogadora da seleção feminina alemã não poupou críticas à falta de incentivo à modalidade entre os brasileiros. “Acho que a situação aqui ainda é bastante desoladora e ainda há muita coisa por fazer”, opinou, depois de visitar o Vasco da Gama, no Rio, um dos clubes locais que investem em futebol feminino.
“Meninas e mulheres jogam aqui em todo lugar, na rua ou na praia. E são boas jogadoras. Só não consigo entender como as pessoas podem pensar tanto nos homens, sem dar a menor chance às mulheres”, reclamou Jones, citada por uma rádio alemã.
Amadorismo ainda prevalece
Da mesma forma como no Brasil, muito poucas alemãs conseguem ganhar dinheiro com a bola. O profissionalismo no futebol feminino continua sendo uma exceção, mesmo na Alemanha, onde a grande maioria das jogadoras joga bola pelo amor ao esporte, mas ganhando dinheiro em empregos paralelos.
No país, o futebol feminino também ainda está muito longe de ser um fenômeno de massa e goza de uma popularidade limitada, se comparado ao correspondente masculino. Como no Brasil, poucos alemães conseguem citar espontaneamente o nome de uma jogadora da seleção do país. Quando muito, se recordam do nome da estrela principal do time: Birgit Prinz.
Um interesse tímido que pode ser medido nos estádios. Enquanto a média de público nos jogos da Primeira Divisão do Campeonato Alemão, a Bundesliga, é de 40 mil pessoas por partida, no caso das mulheres, esta cota é de cerca de mil espectadores por jogo.
“O futebol feminino tem filosofia, característica e dimensão próprias, tem outro tipo de torcedor”, avalia Bernd Schröder, técnico do Turbine Potsdam, um dos clubes de maior sucesso na modalidade, duas vezes campeão europeu e cinco vezes campeão alemão. “O público é composto basicamente por familiares e pessoas que querem ver a estética mais leve da bola jogada pelas mulheres”, acrescenta.

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