domingo, 24 de fevereiro de 2013

Vasco x Kindermann-SC: O duelo das camisas 10


Uma brilha com a camisa do Vasco, a outra com a camisa do Kindermann-SC. Os dois clubes que se enfrentam na tarde deste sábado (23/02) no Estádio de São Januário possuem algo em comum: camisas 10 de qualidade. Tanto Brena Carolina, quanto Andressa são apontadas pela mídia que acompanha o futebol feminino como candidatas a titulares da Seleção adulta no futuro.

A carioca Brena e gaúcha Andressa acumulam passagens pelas Seleções de base e fizeram parte do grupo que conquistou o Sul-Americano sub-17 e foi eliminado nas quartas de finais da Copa do Mundo em 2012. A camisa 10 do time catarinense possui ainda mais dois títulos Sul-Americanos: um com a Seleção sub-17 em 2010 e outro com a Seleção sub-20 em 2012. A vascaína, por sua vez, junto com suas companheiras de clubes conquistou o mais importante título da história do futebol feminino de base: o Mundial de Clubes sub-17.

Uma pessoa que conhece muito bem as duas promessas é o técnico Edvaldo Erlacher, que teve o privilégio de treinar as duas promessas na Seleção Brasileira sub-17. O treinador destacou a versatilidade de Andressa e as qualidades da meia cruzmaltina:

- Andressinha é um fenômeno. Ela joga em qualquer lugar do campo. Costumo dizer que ela nasceu para jogar bola. A Brena é uma atleta muito qualificada, mas precisa acreditar mais em si própria e amadurecer. O bom é que ela compensa essa falta de experiência com um imenso talento - declarou com exclusividade.

Andressa: A camisa 10 do Kindermann-SC


A promissora jogadora do Kindermann começou a jogar futebol ainda muito nova. Foi aos seis anos que Andressa deu os primeiros chutes na bola, mas foi apenas aos 14 anos que elas passou a acreditar que poderia ter futuro na modalidade que escolheu praticar. Isso porque com essa idade a jovem de Roque Gonzales, cidade localizada no Rio Grande do Sul, foi aprovada numa peneira da Seleção Brasileira sub-17 realizada pela CBF:

- Eu sempre joguei desde os meus seis anos. Meu pai sempre me levava para disputar campeonatos lá no Rio Grande do Sul. Foi quando apareceu uma peneira para a Seleção Sub-17. Eu fui fazer e na época eu tinha 13 ou 14 anos. Meu pai disse que ia me levar para ver como era. Fomos só para ver mesmo, mas eu acabei passando e fui direto lá para a Seleção Sub-17. Foi após essa passagem pela Seleção que eu acertei com o Kindermann - conta.

Andressa atuou no Esporte Clube Pelotas, mas foi no time catarinense que encontrou a felicidade. Com orgulho, a garota relembra sua trajetória:

- Comecei no Pelotas, no Esporte Clubes Pelotas, e depois vim direto para o Kindermann. Agora vai completar quatro anos que estou aqui. Eu ganhei dois sul-americanos com a Seleção Sub-17 e outro com a Sub-20 e ganhei alguns campeonatos catarinenses. Mas acho que o mais importante mesmo foi o título Sul-Americano. Com o clube a gente sempre esbarrou nas quartas da Copa do Brasil. Estou feliz aqui, pois jogo no clube que acreditou em mim, que até hoje confia no meu trabalho e que tem uma estrutura ótima. É um excelente clube. É um clube que representa muito para mim - disse.

A meio-campista também revelou como gosta de atuar. Camisa 10 da Seleção no último mundial sub-17, Andressa sempre está disposta ajudar e contribuir com as companheiras:

- Eu gosto de jogar de segundo volante. Sou aquela jogadora que sai mais e gosto de armar o jogo. Gosto também de cair pelos lados e também gosto de chutar de fora da área. Gosto de bater faltas também. Acredito que essas sejam as minhas principais virtudes - declarou.

Andressa carrega o sonho de disputar as próximas Olimpíadas, que será realizada justamente no cidade que receberá o duelo de logo mais: 

-  Acredito que toda jogadora pensa em jogar uma Olimpíada e disputar uma Copa do Mundo. É uma coisa única e vou lutar a cada dia para estar em 2016 estar disputando a Olimpíada. O que mais quero é disputar as Olimpíadas - afirmou.

Brena Carolina: A camisa 10 do Vasco da Gama


Grande promessa vascaína, Brena também iniciou sua trajetória no futebol jovem. Foi aos sete anos de idade que a carioca teve seu primeiro contato com a bola de futebol. A jovem demonstrou se dar bem com a bola desde os primeiros contatos e até mesmo por isso foi colocada pelos pais numa escolinha de meninos. Apenas em 2010, após ter se destacado no meio dos "marmanjos", que Brena foi jogar no Vasco, clube do seu coração.

No Gigante da Colina, Brena conquistou uma Copa Almirante, dois Campeonatos Cariocas sub-17, duas Taças Nova Iguaçu e um Mundial de Clubes sub-17. Foi graças a suas boas atuações pelo cruzmaltino que a jovem conseguiu chegar à Seleção Brasileira, onde brilhou durante a campanha do time sub-17 campeão do Sul-Americano em 2012.

Além disso, a camisa 10 do 'Trem-Bala das Meninas' é rotineiramente comparada com Marta, melhor jogadora da história do futebol feminino. A principal jogadora da Seleção principal também iniciou sua trajetória em São Januário e chegou a trabalhar com alguns profissionais que hoje estão no clube. Segundo esses profissionais, Brena tem tudo para ser tornar uma atleta do nível da alagoana.

A estreia no profissional aconteceu no primeiro jogo cruzmaltino na Copa do Brasil, que realizado na cidade de Paraíso-TO. Nessa partida, Brena foi muito bem, contribuiu para a vitória vascaína sobre o Intercap-TO e foi eleita pela imprensa local a melhor jogadora em campo. O início muito bom no time principal animou a jovem promessa, que ainda pensa em melhorar

- Foi maravilhoso ser eleita a melhor jogadora da partida. Fiquei bastante feliz, mas sinto que ainda estou um pouco ansiosa e isso está atrapalhando um pouco o meu desenvolvimento dentro de campo. Isso é normal e a cada jogo que vai passando eu vou me soltando mais e mais - disse.

Brena também admitiu que se emocionou quando subiu o túnel e pisou pela primeira vez no gramado de São Januário, local por onde passaram muitos de seus ídolos vascaínos:

- Antes de começar o jogo eu estava tremendo (risos). Foi mais um sonho realizado. Foi maravilhoso ter jogado em São Januário - revela.

A emoção, porém, não impediu Brena de fazer uma análise do adversário de logo. Segundo a garota de 16 anos, o time catarinense possui muita qualidade:

- Estou bastante confiante no nosso time. Acredito que a gente vai fazer uma ótima partida e vai sair com o resultado positivo. Irei encontrar nessa partida com algumas meninas com quem joguei na Seleção. Estou um pouco ansiosa para reencontrá-las, pois faz um tempo que não as vejo. Se vou aliviar? Claro que não, pois estamos brigando pelo mesmo objetivo. Deixarei a amizade fora de campo - prometeu.

"Raí" e "Guerreira" trocam elogios



Algo que não podia passar despercebido é a boa relação de convívio existente entre Brena e Andressa. As craques de Vasco e Kindermann-SC ficaram muito próximas durante a última temporada. A camisa 10 do time catarinense rasgou elogios para a cruzmaltina e revelou que todas as companheiras de Seleção a chamam de 'Raí' - nome de um meio-campo que marcou época no São Paulo:

- Como pessoa não tem o que falar da Brena. Ela é parceira demais, gente boa, humilde e dedicada. Foi muito bom conviver com ela. Brena é estilo Raí. Ela sabe armar o jogo, tem um chute muito bom e admiro muito o futebol dela. Ela é uma excelente jogadora e muito nova, ela é 96. Ela tem um futuro brilhante aí pela frente. Torcerei por ela - disse a talentosa Gaúcha.

A camisa 10 do Gigante da Colina retribuiu os elogios e destacou o espirito de luta de Andressinha, a quem chama de 'Guerreira':

- A Andressinha é uma jogadora excepcional. Temos que tomar cuidado com ela. Já é bastante experiente para a idade que tem. O comprometimento e a entrega quando está atuando são coisas que eu admiro bastante nela - afirmou a vascaína.

Escrito por Carlos Gregório Júnior no dia 23/02/2013.

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